Notícia

  • Home
  • CÂNCER DE COLO DO ÚTERO E HPV
CÂNCER DE COLO DO ÚTERO E HPV
Jornal Tribuna de Leme | 14/10/2024

CÂNCER DE COLO DO ÚTERO E HPV

O câncer de colo do útero, também conhecido por câncer cervical, é uma doença de evolução lenta que acomete, sobretudo, mulheres acima dos 25 anos. O principal agente da enfermidade é o HPV - papilomavírus humano, que pode infectar também os homens e estar associado ao surgimento do câncer de pênis.

Antes de tornar-se maligno, o que leva alguns anos, o tumor passa por uma fase de pré-malignidade, denominada NIC - Neoplasia Intraepitelial Cervical, que pode ser classificada em graus I, II, III e IV de acordo com a gravidade do caso.

Embora sua incidência esteja diminuindo, o câncer de colo do útero ainda é o quarto câncer mais incidente em mulheres (desconsiderando o câncer de pele não melanoma) e a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

Felizmente, as estatísticas estão mostrando que 44% dos casos diagnosticados no País são de lesão in situ precursora do câncer, ou seja, lesões que ainda estão restritas ao colo e não desenvolveram características de malignidade. Nessa fase, a doença pode ser curada na quase totalidade dos casos.

Tipos de tumor: Os dois tipos mais frequentes de tumor maligno de colo de útero estão associados à infecção pelo HPV. São eles: os carcinomas epidermoides (80% dos casos) e os adenocarcinomas (20% dos casos).

Fatores de risco para câncer de colo do útero:          A infecção pelo HPV, responsável pelo aparecimento das verrugas genitais, representa o maior fator de risco para o surgimento do câncer de colo de útero. Apesar de existir mais de uma centena de tipos diferentes desse vírus, somente alguns estão associados ao tumor. São classificados como de alto risco os tipos 16, 18, 45 e 56; de baixo risco, os tipos 6, 11, 41, 42 e 44, e de risco intermediário os tipos  31, 33, 35, 51 e 52.

Podem ser citados, ainda, como fatores de risco:

- Início precoce da atividade sexual;

- Múltiplos parceiros sexuais ou parceiros com vida sexual promíscua;

- Cigarro; Baixa imunidade;

- Não fazer o Papanicolaou com regularidade;

- Más condições de higiene;  Histórico familiar.

Sintomas do câncer de colo de útero: Nas fases iniciais, o câncer de colo de útero é assintomático. Quando os sintomas aparecem, os mais importantes são:

- Sangramento vaginal especialmente depois das relações sexuais, no intervalo entre as menstruações ou após a menopausa;

- Corrimento vaginal (leucorreia) de cor escura e com mau cheiro.

Nos estágios mais avançados da doença, outros sinais podem aparecer. Entre eles, vale destacar:     

- Massa palpável no colo de útero; Hemorragias;

- Obstrução das vias urinárias e intestinos;

- Dor lombar e abdominal; Perda de apetite e de peso.

 Diagnóstico do câncer de colo do útero: A avaliação ginecológica, a colposcopia e o exame citopatológico de Papanicolaou realizados regular e periodicamente são recursos essenciais para o diagnóstico do câncer de colo de útero. Na fase assintomática da enfermidade, o rastreamento realizado por meio do Papanicolaou permite detectar a existência de alterações celulares características da infecção pelo HPV ou a existência de lesões pré-malignas.

O diagnóstico definitivo, porém, depende do resultado da biópsia. Nos casos em que há sinais de malignidade, além de identificar o tipo do vírus infectante, é preciso definir o tamanho do tumor e se está situado somente no colo uterino ou se já invadiu outros órgãos e tecidos (metástases). Alguns exames de imagem, como: tomografia, ressonância magnética, raio x de tórax representam recursos importantes nesse sentido.

Dada à importância do diagnóstico precoce, as mulheres precisam ser permanentemente orientadas sobre a necessidade de consultar o ginecologista e fazer o exame de Papanicolaou nas datas previstas, como forma de identificar possíveis lesões ainda na fase de pré-malignidade.

Vacina contra o HPV: A vacina do HPV continua sendo medida preventiva essencial. A imunização tem segurança e eficácia comprovadas. Ela protege contra alguns dos principais tipos de vírus relacionados ao câncer. No SUS, a vacina é oferecida para meninas de nove a 14 anos, meninos de 11 a 14 anos, pessoas que vivem com HIV e transplantados entre nove e 26 anos (desde que estejam em acompanhamento médico).

A vacina tem duas doses, com a segunda seis meses após a primeira. Para pessoas com HIV e transplantados, são três doses no esquema 0, 2 e 6 meses.

Mesmo mulheres vacinadas devem continuar fazendo o exame de rastreamento de Papanicolaou, já que existem tipos de vírus não contemplados pela vacina que também podem provocar o tumor.

Em 2017, o Ministério da Saúde passou a oferecer gratuitamente a vacina também para meninos na faixa de 11 a 14 anos.

Se cuide. Faça o exame de Papanicolau!