HEPATITES VIRAIS: É POSSÍVEL PREVENI-LAS - HEPATITE A
Essas doenças atingem o fígado e muitas vezes são silenciosas, fazendo com que o paciente descubra o diagnóstico quando a doença já está avançada. As hepatites virais mais comuns no país são as A, B e C; mais raramente, ocorrem casos de hepatites D e E.
No mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as hepatites virais matam cerca de 1,4 milhão de pessoas por ano.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, de 2000 a 2021 foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais. Destes, 23,4% são referentes aos casos de hepatite A, 36,8% aos de hepatite B, 38,9% aos de hepatite C e 0,6% aos de hepatite D. Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C (76,2% do total de óbitos por hepatites virais).
Hepatite A: A hepatite A costuma causar quadros agudos e sua transmissão se dá pela via oral-fecal, por infecção direta ou através de objetos contaminados. A doença tem relação com alimentos ou água contaminados, baixos níveis de saneamento básico e má higiene pessoal. O vírus da hepatite A é adquirido por via oral através da água ou alimentos contaminados. Ele agride diretamente o fígado e causa uma doença aguda, autolimitada, que não se cronifica, isto é, o vírus não permanece no organismo do paciente como acontece com as hepatites B e C. Seus sintomas costumam ser febre alta, dores articulares, dores musculares e pele e olhos amarelados (icterícia). No entanto, grande parte das pessoas infectadas não tem nenhum desses sintomas ou apresenta sintomas tão leves que sequer obtém o diagnóstico da doença.
A maioria dos quadros se resolve espontaneamente em um ou dois meses; no entanto, numa minoria de casos, a evolução é atípica e a única possibilidade de tratamento é o transplante de fígado. São também raros os quadros fatais de hepatite fulminante causados pela necrose maciça das células do fígado. Não há um tratamento específico para a doença, mas os pacientes devem evitar o uso de álcool durante o quadro agudo e por pelo menos três meses depois que as enzimas do fígado se normalizarem.
Para prevenir a doença, o Ministério da Saúde recomenda:
- Lavar as mãos (incluindo após o uso do sanitário, troca de fraldas e antes do preparo de alimentos);
- Lavar com água tratada, clorada ou fervida, os alimentos que são consumidos crus, deixando-os de molho por 30 minutos;
- Cozinhar bem os alimentos antes de consumi-los, principalmente mariscos, frutos do mar e peixes;
- Lavar adequadamente pratos, copos, talheres e mamadeiras;
- Usar instalações sanitárias;
- No caso de creches, pré-escolas, lanchonetes, restaurantes e instituições fechadas, adotar medidas rigorosas de higiene, tais como a desinfecção de objetos, bancadas e chão utilizando hipoclorito de sódio a 2,5% ou água sanitária.
- Não tomar banho ou brincar perto de valões, riachos, chafarizes, enchentes ou próximo de onde haja esgoto;
- Evitar a construção de fossas próximas a poços e nascentes de rios;
- Usar preservativos e higienização das mãos, genitália, períneo e região anal antes e após as relações sexuais.
- No entanto, a forma mais eficaz de prevenção é a vacina contra a doença, que está disponível pelo SUS e deve ser tomada em dose única aos 15 meses e antes de completar 5 anos de idade.
As sociedades brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) recomendam a aplicação rotineira aos 12 e 18 meses de idade, ou o mais cedo possível, quando a vacinação não ocorrer nestas idades recomendadas.
Fonte: drauziovarella.com.br
NA PRÓXIMA EDIÇÃO FALAREMOS SOBRE A HEPATITE B E HEPATITE C