JORNAL TRIBUNA DE LEME ENTREVISTA WAGNER RICARDO ANTUNES FILHO – WAGÃO
O Jornal Tribuna de Leme entrevistou o nosso sempre prefeito Wagão que falou sobre o seu trabalho político regional, a situação de Leme e os desafios para o futuro. Wagão é atualmente coordenador regional do PSD, um dos homens de confiança de Gilberto Kassab no estado e tem trabalhado para o fortalecimento do partido na região e no estado, contribuindo muito com a gestão do governador, Tarcísio de Freitas.
Confira a entrevista que traz muitos detalhes sobre Leme, a região e o cenário político.
JORNAL: Wagão, o senhor segue muito ativo na política, não apenas em Leme, mas em toda a região. Como tem sido essa sua atuação como coordenador regional do PSD?
Wagão: Tenho me dedicado bastante à coordenação regional do PSD, função que assumi com muito orgulho, por ser um dos fundadores do partido e ter meu nome registrado no livro de ouro da história do PSD. Desde as eleições municipais de 2024, venho trabalhando para fortalecer o partido na nossa região. Conseguimos eleger vários prefeitos e vereadores sob essa coordenação. Agora estamos focados na reestruturação visando às eleições de 2026, com o objetivo de ampliar nossa bancada de deputados estaduais e federais em São Paulo. Queremos dar, ainda mais, força ao partido na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados para estarmos, cada vez mais, alinhados com o nosso governador Tarcísio de Freitas e com o grupo político que ele lidera. Nosso objetivo é ajudar nas candidaturas ao Senado e à Presidência da República que forem apoiadas por esse grupo.
JORNAL: E o que esse fortalecimento político do PSD representa para Leme e para a região?
Wagão: Quanto maior o número de prefeitos e vereadores na região, maior é a nossa força política para cobrar investimentos dos governos estadual e federal. Isso significa mais união entre os municípios para dialogar, reivindicar emendas, obras e recursos. Com o crescimento do PSD na ALESP e na Câmara Federal, teremos mais emendas impositivas, mais capacidade de firmar convênios e parcerias e, principalmente, mais representatividade para lutar pelas necessidades de Leme e de toda a região. Isso dá força política para que as bancadas nos escutem e tragam melhorias efetivas para o nosso povo. Queremos que Leme e a região sejam tratadas com o respeito e a importância que merecem.
JORNAL: O senhor tem uma relação próxima com o governador Tarcísio de Freitas e com grandes lideranças do PSD. O que isso significa para o senhor?
Wagão: Eu estive com o governador Tarcísio desde o início. Quando muitos prefeitos e políticos ainda apoiavam o ex-governador Rodrigo Garcia em 2022, eu já estava ao lado do Tarcísio, ajudando na coordenação regional da campanha, levando o nome dele aos municípios, organizando apoios, construindo essa relação de respeito e reconhecimento. Isso hoje nos dá um acesso rápido e direto ao governador. No partido, também é motivo de orgulho estar entre as principais lideranças nacionais, como o presidente Gilberto Kassab, o governador Ratinho Júnior, o governador Eduardo Leite, o prefeito Eduardo Paes, a governadora Raquel Lyra, o senador Otto Alencar, entre outros. Isso mostra que nosso trabalho regional tem sido bem feito e dentro das diretrizes do nosso presidente Kassab. É sempre bom estar aprendendo e trocando ideias que possam beneficiar a população.
JORNAL: E como está a sua relação com o atual prefeito de Leme, Claudemir Borges?
Wagão: É uma relação boa. Sempre que o Claudemir me consulta, dou minha opinião, sugiro caminhos, mas a palavra final é dele. Quem tem a caneta é o prefeito. Somos do mesmo partido, fazemos parte do mesmo grupo político, mas cada um tem seu estilo de governar. Na minha opinião, o Claudemir tem acertado em várias coisas, mas também tem errado em outras. É preciso ligar o sinal de alerta para evitar que Leme enfrente uma crise financeira como algumas cidades vizinhas, que hoje estão com graves dificuldades e com serviços públicos prejudicados.
JORNAL: Como o senhor avalia a situação das finanças da prefeitura nesses quatro anos e meio de gestão do prefeito Claudemir Borges?
Wagão: Tenho acompanhado os números pelo Portal da Transparência e, sinceramente, estou preocupado. Em 2023, a prefeitura terminou o ano com quase R$ 15 milhões em restos a pagar, ou seja, contas que ficaram para serem pagas com o orçamento de 2024. No ano seguinte, em 2024, ao invés de reduzir, esse número subiu para cerca de R$ 21 milhões, o que significa que o orçamento de 2025 já começou comprometido. Se isso não for corrigido, vira uma bola de neve. A dívida aumenta, os recursos para saúde, educação e serviços essenciais diminuem e, no final, quem paga a conta é a população.
JORNAL: Na sua visão, quais são os fatores que levaram a essa situação?
Wagão: Falta de prioridade na gestão pública. Foram criados muitos cargos comissionados e isso inchou a prefeitura, e esse recurso poderia ser utilizado para fazer a reestruturação administrativa e a valorização do servidor público. Em 2024, foi publicado um decreto para reduzir os gastos públicos, porém, nada de concreto foi realizado para minimizar as finanças, uma vez que vimos o montante de restos a pagar aumentar e a folha salarial com um déficit enorme. A meu ver foi mais uma jogada política para evitar uma ação de responsabilidade fiscal do que a revisão efetiva dos contratos e corte de excessos nos gastos públicos. Outro ponto é a diferença nos contratos. São diversos contratos com valores muito acima do que Leme vinha gastando durante minha gestão, de 2017 a 2020. Tudo aumentou muito e os valores de mercado não são iguais ao que se está praticando em Leme atualmente, e que certamente contribuem para a piora das finanças e a diminuição do poder de investimentos em ações de saúde, educação, desenvolvimento urbano e outras políticas públicas essenciais. Esses descompassos precisam ser corrigidos urgentemente.
JORNAL: Como corrigir essa situação, na sua opinião?
Wagão: É simples: precisa reduzir os cargos comissionados, revisar todos os contratos e adequar à realidade de mercado, cortar os serviços terceirizados que não são essenciais e focar nas prioridades da cidade. Na educação, ampliar escolas, creches e valorizar os profissionais. Na saúde, contratar mais médicos e enfermeiros para ampliar o atendimento à nossa população e focar na ampliação do atendimento, seja com construção de novas unidades ou na extensão do horário de atendimento. Na infraestrutura, investir em recapeamento, pois a cidade está cheia de buracos. E, principalmente, atrair novas indústrias para gerar emprego e aumentar a arrecadação municipal. Quando se arrecada bem e se gasta com responsabilidade, sobra dinheiro para investir em saúde, educação, segurança, cultura e lazer.
JORNAL: Como o senhor avalia o cenário político nacional para as próximas eleições?
Wagão: A percepção da população é de que a economia não vai bem. Tudo caro, o poder de compra diminuiu. O cenário está polarizado entre direita e esquerda. A esquerda tem um candidato praticamente definido, que é o presidente Lula, caso ele queira disputar. Mas a direita ainda não tem um nome oficial. Essa demora pode atrapalhar a corrida eleitoral, mas existem nomes fortes, como o próprio Tarcísio de Freitas, que acredito que deveria buscar a reeleição, a Michele Bolsonaro, o Ratinho Júnior, Eduardo Leite, Zema, Caiado, entre outros. A escolha precisa ser feita logo para organizar o campo da direita, o que tudo indica devemos ter, mais uma vez, a eleição polarizada. Porém, eleição é sempre uma caixinha de surpresa e uma terceira via pode surgir e sempre há espaço para o centro.
JORNAL: E em Leme? Como o senhor vê o cenário para 2028? O senhor se coloca como pré-candidato a prefeito?
Wagão: Leme, graças ao trabalho que fizemos no passado, está em condições muito melhores que muitas cidades. Temos saneamento, infraestrutura e um distrito industrial pronto. Com boa gestão, podemos crescer ainda mais. Sobre ser pré-candidato, estou sempre estudando o cenário. Amo Leme, aqui é minha casa, onde minha família vive. Se a população entender que é hora de eu voltar, estarei pronto para atender ao chamado, como sempre estive. Mas deixo tudo nas mãos de Deus. Ele sempre tem os melhores planos para a nossa vida.
JORNAL: Para encerrar, deixe uma mensagem final para a população de Leme.
Wagão: Quero agradecer ao Jornal por esse espaço de diálogo com a população. Desejo a todos saúde, felicidade e prosperidade. Sempre coloco nosso povo nas minhas orações, pedindo a Deus que proteja e ilumine cada família lemense. Um grande abraço a todos e fiquem com Deus!