LIBERDADE DE EXPRESSÃO CERCEADA

A liberdade de expressão é um dos pilares da democracia, garantida pela Constituição, mas, na prática, muitas vezes se torna uma ilusão quando alguém tenta expor verdades incômodas. Quando os fatos revelam comportamentos canalhas, decisões injustas ou ações sem qualquer prudência por parte de autoridades ou figuras públicas, o direito de falar é rapidamente cerceado. Aquele que ousa dizer o que realmente acontece passa a ser alvo de perseguições, censuras ou tentativas de silenciamento, mostrando que nem toda verdade é bem-vinda.

Essa distorção da liberdade de expressão revela uma dura realidade: o direito de se manifestar parece reservado apenas àquilo que convém aos interesses políticos de quem está no poder. A mentira é, muitas vezes, tolerada — ou até promovida — se servir para proteger determinadas figuras ou estruturas. Já a verdade, quando desnuda o jogo sujo, os acordos de bastidores e a manipulação dos fatos, passa a ser tratada como ameaça. A coragem de falar a verdade se transforma em risco, enquanto o cinismo se mascara de opinião legítima.

Vivemos, então, um paradoxo perigoso: a liberdade de expressão é celebrada no discurso, mas negada na prática, principalmente quando confronta os interesses daqueles que controlam os meios de influência. Isso compromete não apenas a transparência e a Justiça, mas também o direito do povo de conhecer a realidade por trás das aparências. É preciso coragem coletiva para exigir que a liberdade de expressão não seja um privilégio político, mas um direito inegociável — principalmente quando usada para defender a verdade.

Lamentável...

Sandra Kauffmann

Imagem: Conjur