LIDERANÇA NÃO SE RESUME A HIERARQUIA

O ego inflado de quem ocupa um cargo por indicação é um fenômeno que gera inúmeros impactos negativos em ambientes de trabalho. Muitas vezes, essas pessoas utilizam a posição como um palco para afirmar uma autoridade que, de fato, não foi conquistada por mérito. Essa postura cria um ambiente tóxico, no qual subordinados são tratados como meros instrumentos para sustentar a imagem de poder do gestor. O foco se desloca do trabalho em equipe para a imposição de controle, prejudicando a produtividade e o bem-estar geral.

A relação entre um líder e sua equipe deve ser baseada em respeito mútuo e cooperação. Contudo, aqueles que assumem cargos sem preparo muitas vezes compensam a falta de competência com autoritarismo, promovendo um clima de medo e insegurança. Essa necessidade de reafirmação constante de superioridade não só compromete o moral dos subordinados, mas também mina a confiança no sistema organizacional, já que decisões passam a ser tomadas com base em vaidade, e não em objetivos concretos ou no bem coletivo.

O que muitos não percebem é que o poder em cargos de liderança é transitório. O “estar” em uma posição privilegiada hoje não garante permanência ou relevância no futuro. O mundo gira, e as circunstâncias podem mudar drasticamente, colocando essas pessoas de volta em posições de subordinação. A maneira como tratam os outros enquanto estão no topo será lembrada, e muitas vezes determinam como serão tratadas quando os papéis se inverterem. Assim, a arrogância no exercício do poder pode ter consequências duradouras, tanto no âmbito profissional quanto pessoal.

Portanto, é crucial que líderes, independentemente de como chegaram a seus cargos, desenvolvam uma postura ética, empática e humilde. Reconhecer que a posição é uma oportunidade de servir, e não de oprimir, é o caminho para construir um legado respeitável. Liderança não se resume a hierarquia, mas à habilidade de inspirar, apoiar e contribuir para o crescimento coletivo. No fim, o verdadeiro líder não precisa de um cargo para ser respeitado; ele conquista respeito por suas ações e atitudes.

Sandra Kauffmann