MENTIRA E TRAIÇÃO

A traição, seja vinda de um amigo ou em um relacionamento amoroso, deixa marcas profundas que muitas vezes jamais se apagam. Quando confiamos em alguém, entregamos uma parte de nós acreditando na lealdade e na sinceridade dessa pessoa, e quando essa confiança é quebrada, sentimos como se um pedaço do nosso chão fosse tirado debaixo dos nossos pés. Fica um vazio doloroso e confuso, acompanhado de pensamentos repetitivos tentando entender o motivo de tal atitude, mas quase nunca encontramos uma explicação que faça sentido diante da dor causada.

A pessoa que é traída passa a carregar dúvida sobre si mesma e sobre os outros, tornando difícil confiar novamente, mesmo em quem não tem culpa. Rompe-se algo dentro de quem foi ferido, e ainda que o tempo ajude a cicatrizar, aquela decepção permanece como um lembrete de que a confiança, uma vez quebrada, não volta a ser a mesma. É um processo solitário, no qual a parte lesada precisa reconstruir sua autoestima e sua coragem para acreditar novamente em alguém, enquanto tenta entender como alguém que dizia amar ou ser amigo pôde agir de forma tão fria.

Por isso, é importante entender que a verdade, por mais dolorida que seja, ainda é sempre o caminho mais justo e respeitoso com o outro. Falar a verdade evita que o outro seja enganado, poupando dores ainda maiores e feridas desnecessárias. A sinceridade mantém o respeito entre as pessoas, mesmo quando há divergências, e mostra maturidade de quem tem coragem de dizer o que realmente sente ou deseja, em vez de escolher o caminho da mentira e da traição.

Melhor uma verdade que dói do que uma mentira que destrói.

Sandra Kauffmann