PREFEITO CLAUDEMIR BORGES JÁ CRIOU 36 NOVOS CARGOS DE CONFIANÇA EM SUA GESTÃO
Desde o início de sua gestão, em janeiro de 2021, o prefeito de Leme, Claudemir Borges, vem promovendo uma silenciosa — e custosa — expansão no número de cargos comissionados na estrutura administrativa da Prefeitura. Ao todo, 36 novos cargos foram criados, com um impacto estimado de R$ 2,2 milhões por ano na folha salarial do município.
Em um cenário de crise financeira, em que a própria administração admite um déficit de R$ 17 milhões na folha de pagamento e a necessidade de utilizar R$ 21 milhões do orçamento de 2025 para pagar dívidas herdadas de 2024, a decisão levanta sérias dúvidas sobre as prioridades do governo municipal.
ESTRUTURA INFLADA
Entre os cargos criados estão:
• 5 Secretarias Adjuntas: Finanças, Administração, Comunicação, Governo e Esportes;
• 2 Diretorias, incluindo o polêmico cargo de Diretor de Educação, cujo salário final pode ultrapassar o do próprio Secretário da pasta;
• 16 Coordenadorias Gerais;
• 12 Chefias;
• 5 Pregoeiros;
• 1 Apoio em Licitação.
Embora parte desses cargos tenha sido ocupada por servidores efetivos, a grande maioria — especialmente nas áreas ligadas a compras públicas e licitações — tem sido preenchida por apoiadores políticos, muitos sem a devida qualificação técnica. A prática evidencia uma utilização da máquina pública para abrigar compromissos de cunho eleitoral, comprometendo a eficiência da gestão e o princípio constitucional da impessoalidade.
GASTO SEM CONTROLE E DESPRESTÍGIO AO SERVIDOR
A criação de cargos se choca com a realidade enfrentada pelos servidores municipais. Além de conviverem com parcelamento de reajustes salariais, os funcionários efetivos assistem à proliferação de cargos de confiança, enquanto faltam investimentos básicos em saúde, educação e infraestrutura.
O parcelamento do dissídio, adotado este ano, foi considerado por muitos uma afronta ao funcionalismo público, especialmente diante do aumento de despesas com cargos comissionados.
POPULAÇÃO PAGA A CONTA
A ampliação da estrutura administrativa sem planejamento e sem transparência traz prejuízos diretos à população. O aumento de gastos com pessoal reduz a capacidade de investimento da prefeitura e compromete o equilíbrio fiscal do município. A gestão Claudemir Borges parece seguir na contramão da austeridade e do bom senso, priorizando acordos políticos em detrimento do interesse público.
A sociedade civil, o Ministério Público e os órgãos de controle precisam estar atentos. A boa gestão é aquela que não trata a administração pública como moeda de troca eleitoral. É preciso responsabilidade, transparência e compromisso real com o povo.
Sandra Kauffmann