Notícia

  • Home
  • VALE A PENA “VER” DE NOVO!
VALE A PENA “VER” DE NOVO!
Jornal Tribuna de Leme | 22/04/2024

VALE A PENA “VER” DE NOVO!

De acordo com dados do Ministério da Saúde do Brasil, estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas no país tenham Transtorno do Espectro Autista (TEA), o que representa aproximadamente 1% da população brasileira. No entanto, é importante ressaltar que a prevalência do autismo pode variar de acordo com diferentes estudos e metodologias de avaliação, e que a conscientização e a detecção precoce do TEA têm aumentado nos últimos anos.

O autismo afeta mais meninos do que meninas, com uma proporção de cerca de 4 meninos para cada menina acende com TEA. Além disso, o diagnóstico de autismo costuma ser feito na infância, embora em alguns casos possa ser identificado ainda mais cedo.

É importante destacar que o autismo é um transtorno complexo e heterogêneo, com uma ampla variedade de manifestações e níveis de gravidade. Por isso, o diagnóstico preciso e individualizado, aliado a orientações adequadas e suporte especializado, são fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas com autismo e de suas famílias.

O Brasil vem buscando ampliar o acesso a serviços de saúde e educação especializados para atender às necessidades das pessoas com autismo, promovendo a inclusão social e o desenvolvimento pleno desses indivíduos em diferentes áreas da vida.

Observe de que forma o diagnóstico desta situação deve ser conduzido para se chegar mais próximo da realidade devido a sua grande complexidade:      

- A criança apresenta dificuldade na interação social, demonstrando um padrão persistente de déficits na reciprocidade social. Isso pode incluir dificuldades em estabelecer contato visual, em compartilhar interesses ou emoções com os outros, em desenvolver relacionamentos protetores para o seu nível de desenvolvimento e em compreender e responder especificamente às interações sociais.

- A criança exibe padrões repetitivos e restritos de comportamento, manifestando interesses ou atividades estereotipadas e repetitivas. Isso pode incluir movimentos motores repetitivos, apego inflexível a rotinas ou rituais específicos, interesses restritos e intensos em determinados objetos ou assuntos, e hipersensibilidade ou hipossensibilidade a estímulos sensoriais.

- A criança apresenta atrasos significativos na linguagem e na comunicação verbal e não verbal, evidenciando dificuldade em iniciar ou manter uma conversa, em compreender gestos, expressões visuais ou linguagem corporal, em desenvolver a linguagem falada de forma envolvida para sua idade e em expressar suas próprias necessidades, desejos ou emoções de maneira adequada.

- A criança apresenta sensibilidade sensorial incomum, demonstrando reações exageradas a estímulos sensoriais como luzes, sons, texturas, cheiros ou sabores. Essas reações podem resultar em comportamentos de evitação ou de busca sensorial, interferindo em suas atividades cotidianas e em seu bem-estar emocional e físico.

- A criança demonstra dificuldades em se adaptar às mudanças na rotina, em lidar com situações imprevistas ou em compreender e expressar emoções de forma comprometedora. Essas dificuldades podem resultar em comportamentos desafiadores, como emoções emocionais, agressividade, ansiedade ou isolamento social, afetando sua capacidade de interação e de se relacionar de forma saudável com os outros.

O diagnóstico de autismo pode ser fechado por volta dos 2-3 anos de idade, mas em alguns casos pode ser identificado ainda mais cedo, por volta dos 18 meses, com base na observação dos comportamentos e no desenvolvimento da criança. É importante ressaltar que o diagnóstico de autismo deve ser realizado por profissionais especializados, como psicólogos, psiquiatras ou neuropediatras, por meio de uma avaliação abrangente que inclui observação clínica, entrevistas com os pais, testes de desenvolvimento e avaliação do comportamento da criança em diferentes contextos. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, melhor será o planejamento de intervenções e suporte para a criança e sua família.

Os profissionais da saúde tem um papel importante a ser oferecido. Orientações e tratamentos adequados às pessoas com autismo, contribuindo para que elas alcancem seu potencial máximo e vivam com dignidade e respeito. Cada pessoa com autismo merece ser compreendida e valorizada por suas habilidades únicas e por sua contribuição para a sociedade. Juntos, podemos promover uma sociedade mais inclusiva e acolhedora para todos.

Dr. Gustavo Antonio Cassiolato Faggion

Infectologista / Médico do Trabalho - CRM 76.810